Os horizontes jurídicos da educação na pandemia. Parte 1

O OpetCast desta semana começa a tratar de um tema muito importante para as escolas públicas e privadas brasileiras: as questões jurídicas nascidas da pandemia. Quais os deveres e obrigações das escolas e das famílias? O ano letivo acaba quando? É possível negociar mensalidades?
Para falar sobre o tema, chamamos o advogado Endrigo Leite Gomes, do departamento jurídico da Editora Opet. Na primeira parte da conversa, ele fala sobre as questões gerais da educação e as escolas públicas. Um documento para ouvir, guardar e compartilhar.

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“Ceará Digital”: as ações do escritório da Editora em Fortaleza

Ao longo dos anos, o escritório da Editora Opet em Fortaleza, responsável por grande parte do nosso trabalho pedagógico no Nordeste, caracterizou-se por uma agenda intensa. Sua equipe, que envolve dez pessoas e recebe o suporte da gerência pedagógica em Curitiba,  circula bastante para as implantações, formações, visitas técnicas e assessoramento. Com a pandemia da COVID19 e o distanciamento social, nas últimas semanas todo esse trabalho migrou para o cenário digital. As agendas foram ajustadas, os meios foram disponibilizados e as ações foram mantidas.

Em Fortaleza, por exemplo, onde desde 2013 a Editora atende professores e estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental com os materiais e ferramentas da Coleção “Caminhos e Vivências”, o escritório criou os “Diálogos Online”, que a cada quinze dias reúnem centenas de professores em formações pedagógicas online relacionadas aos materiais Sefe ou, então, para abordar um tema específico – já foram feitas duas edições, sempre com muito sucesso.

Além disso, dentro da agenda de visitas técnicas virtuais, cerca de 70% das escolas municipais já foram visitadas por nossos formadores. “Atendemos os professores e os gestores com ferramentas digitais como o Google Meet, que funcionam muito bem. Cada uma de nossas formadoras atende seis distritos educacionais de Fortaleza”, conta o supervisor regional da Editora para o Ceará, Francisco Glaylson Rodrigues. “São duas visitas online semanais, em que fazemos o atendimento, enviamos e sugerimos o uso de sequências didáticas, e também instruímos para o uso das ferramentas digitais.”

Esse trabalho, ressalta Glaylson, é a continuidade do que já vinha sendo feito presencialmente, com a diferença é que, agora, ele foi ampliado. “Além de orientar para o uso das ferramentas digitais, nós reforçamos o trabalho com as coleções, em especial em relação ao uso dos livros neste momento de pandemia. Como eles podem dialogar e se integrar com as ferramentas digitais, por exemplo.”

A gerente de formação pedagógica de Fortaleza, professora Elaine Lima de Oliveira, está satisfeita com o trabalho. Nesta semana, ela acompanhou o terceiro encontro do “Diálogos Online”, que teve nada menos de 230 participações simultâneas. “Eu gostaria de parabenizar a Editora pelo encontro de hoje. Fiquei muito feliz porque tivemos recorde de público. Um trabalho muito bom, com os professores muito participativos. Foi um sucesso! Obrigada mais uma vez à equipe Sefe, da Editora Opet!”

Em Fortaleza, a Editora também fornece os materiais didáticos (da Coleção “Entrelinhas para Você”) e dá apoio às ações da Educação Infantil 4 e 5. Nos últimos dias, todas as famílias das crianças atendidas também estão recebendo um livro da Coleção “Família Presente”, do Sefe. A obra, que faz parte das nossas coleções voltadas às famílias, foi escrita pela professora doutora Oralda Adur de Souza, uma das maiores especialistas brasileiras no tema.

“É um material bem importante dentro da relação família, criança e escola. Muito mais neste momento, em que os familiares estão mais próximos fisicamente da criança e do processo educacional”, observa Glaylson. Além da entrega, os professores também serão formados para o trabalho com os familiares.

Ipu e Paracuru – No último dia 22, a equipe também deu início às agendas de formações pedagógicas e às visitas técnicas online das redes municipais de ensino de Ipu e Paracuru, parceiros da Editora no Ceará. Lá, já foram feitos agendamentos e formações para o uso de ferramentas como o Google Classroom, que dá acesso a salas de aula virtuais e a sequências didáticas que podem ser combinadas com os materiais didáticos físicos. “O trabalho é intenso e o público, os professores e gestores, muito participativo”, conta Glaylson.

A professora Socorro Mororo é técnica da Secretaria Municipal de Educação de Ipu e coordenadora pedagógica para o 2º ano do Ensino Fundamental. Ela acompanhou de perto a primeira formação online com os professores e gestores. “Foi impactante! Tivemos somente comentários favoráveis dos professores e dos gestores. A formação deu um suporte para o trabalho, enriqueceu e conduziu os professores para que eles possam desenvolver aulas online cada vez melhores. Só tenho a agradecer aos formadores e à Editora Opet.”

Glaylson destaca a receptividade dos professores e dos gestores às ferramentas digitais. “Eles mostram muito interesse em aprender a usar e isso faz muita diferença. Temos tido bons resultados!”, conclui.

Desafios e realizações – “O trabalho com educação é permeado por desafios constantes. Nesse processo, a equipe pedagógica da Editora Opet busca sensibilizar os professores, aprimorar os atendimentos e intensificar a aproximação entre escola, família  e estudantes”, explica a gerente pedagógica da Editora, Cliciane Élen Augusto. “Nossos diálogos pedagógicos apresentam estratégias possíveis, utilizando recursos digitais e os materiais didáticos. Seguiremos assim, sempre buscando novas possibilidades de fazer a diferença na educação brasileira.”

Atendendo aos apelos da sociedade, ENEM 2020 é adiado

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP) anunciou no dia 20 de maio o adiamento da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, deste ano. A decisão do Ministério da Educação aconteceu após forte pressão da sociedade civil e do Congresso, visto que, devido à pandemia da covid-19, milhares de estudantes não têm condições de se preparar devidamente para a prova. A nova data ainda não foi definida, mas, de acordo com o texto do INEP, o exame acontecerá de 30 a 60 dias após a data divulgada anteriormente (novembro de 2020). Segundo o órgão, o MEC fará uma consulta aos estudantes em formato de enquete, prevista para o final de junho, para definir a nova data da aplicação. Por isso, se você se inscreveu, fique atento à página do participante para votar.

Desde a divulgação da abertura das inscrições e da propaganda do Governo Federal, a população veio pedindo, de forma contundente, o adiamento da prova. Isso porque, em um cenário com escolas e cursos preparatórios fechados por conta da pandemia e mais de 2 milhões de estudantes sem acesso à internet, pressupor que todos os candidatos terão plenas condições de estudar para o exame de forma satisfatória é, no mínimo, incoerente.

Entidades estudantis, parlamentares, artistas e populares manifestaram-se exigindo uma mudança no calendário. No dia 19 de maio, o Senado aprovou o Projeto de Lei Nº 1.277/2020, por 75 votos a favor e 1 contra, que prorroga os processos seletivos para acesso ao ensino superior, incluindo vestibulares e ENEM. O projeto segue para votação na Câmara dos Deputados, mas já demonstra um engajamento dos setores políticos, em consonância com a vontade popular.

Importância do Enem – O ENEM foi criado em 1998 para avaliar o desempenho dos alunos de Ensino Médio de todo o país, das redes pública e privada. É o maior exame vestibular do Brasil e o segundo maior do mundo, atrás apenas do chamado Gaokao, prova para admissão no ensino superior na República Popular da China.

É através do resultado do ENEM que milhares de estudantes brasileiros ingressam no ensino superior, sejam eles da rede pública, pelo Sistema de Seleção Unificada (SISU – 2010), ou da rede privada, pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI – 2004).

Em 2019, quase 4 milhões de estudantes realizaram a prova, concorrendo a vagas nas universidades de todo o país. Neste ano, segundo portal do MEC, 4,3 milhões de inscrições foram realizadas.

É de extrema importância que o Estado brasileiro defina parâmetros e incorpore medidas para avaliação e aprimoramento do nosso sistema de ensino. Exames como o ENEM permitem não apenas aos responsáveis pela esfera pública, mas também a todos os profissionais da educação, compreender os dilemas do ensino aprendizagem na sociedade brasileira e agir para superá-los.

 Dicas de estudo: siga preparado para o ENEM!

Apesar da mudança no calendário e no funcionamento das escolas devido à pandemia, há um esforço coletivo para manter o ensino, ainda que à distância, e o preparo dos estudantes para o ENEM. A Editora Opet, por acreditar em uma educação humana, cidadã, transformadora e inovadora, segue atuando firmemente para garantir a educação. Por isso, separamos algumas dicas para que estudantes e professores se prepararem para o ENEM durante a quarentena.

– Canais online: há uma infinidade de conteúdos na internet – a começar por bancos de questões – direcionada para processos seletivos. É interessante buscar uma diversidade de abordagens, visto que cada indivíduo tem um processo diferente de aprendizado. Por isso, apostar em um conteúdo mais descontraído para introduzir determinado assunto e depois aprofundar-se nele pode ser uma boa estratégia. Aqui temos uma lista com 17 canais no Youtube que contêm dicas de estudo para as disciplinas do Ensino Médio. Além disso, há conteúdos semelhantes em todas as plataformas online da Editora Opet. Não deixe de conferir!

– Conversar, discutir e interagir: sempre respeitando firmemente as recomendações de isolamento social, busque trocar sugestões com colegas sobre conteúdos e técnicas de ensino e estudo. Isso vale para estudantes e professores. A união e a troca fortalecem o conhecimento e ampliam as possibilidades.

– Organize-se: faça planilhas, listas, quadros ou qualquer esquema de organização de estudos. Definir objetivos e conteúdos a serem explorados é muito importante para manter o ritmo. Se você é professor, ajude seus alunos a montarem um cronograma. Assim, vocês poderão equalizar suas rotinas e trabalhar de uma forma mais eficiente.

Mantenha-se pronto: apesar do adiamento do ENEM ser algo importante neste momento de dificuldades, haverá muito a ser recuperado após o fim da pandemia. Por isso, é importante continuarmos nos preparando durante a quarentena, explorando as estratégias e canais de ensino disponíveis e discutindo maneiras de sempre valorizar e enriquecer a educação.

Para saber mais, confira as sugestões de leitura a seguir e acompanhe os canais digitais da rede Opet.

 

Sugestões de leitura:
  • Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): Uma Análise Crítica

https://www.scielo.br/pdf/rbef/v37n1/1806-1117-rbef-S1806-11173710001.pdf

  • As dificuldades do reconhecimento da importância do ENEM no ensino médio

https://revistasfacesa.senaaires.com.br/index.php/iniciacao-cientifica/article/view/82

  • Inep – Nota Oficial Adiamento do ENEM

http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/nota-oficial-adiamento-do-enem-2020/21206

Tecnologia, criatividade, conhecimento: o que as escolas estão aprendendo na quarentena?

Nesta edição do Opetcast, o podcast da Editora Opet, conversamos com a nossa gerente pedagógica, Cliciane Élen Augusto, sobre o que as escolas estão aprendendo com o período de distanciamento social.

Ferramentas digitais, novas formas de ensinar e aprender e novas perspectivas para a educação são apenas alguns dos temas do nosso bate-papo.
Escute agora e compartilhe!

[soundcloud]https://soundcloud.com/editoraopet/podcast-cliciane[/soundcloud]

Diferentes ferramentas, um mesmo propósito: ensinar!

São João do Itaperiú (SC) uniu Whatsapp, Facebook e livros para garantir o ensino

Situado a cerca de 150 quilômetros de Florianópolis, São João do Itaperiú é um importante parceiro da Editora Opet na região leste de Santa Catarina. Lá, como acontece em todo o Brasil, a rede municipal de ensino se organizou para garantir educação de qualidade durante o período de distanciamento social. A secretária municipal de Educação, professora Elizete Moraes Hess, explica que, tão logo começou a quarentena, o município decretou um recesso escolar de 15 dias, tempo suficiente para que os gestores e os professores se organizassem. As aulas foram retomadas no dia 06 de abril.

E eles perceberam que o trabalho funcionaria bem com o uso de ferramentas digitais que a maioria conhecia e utilizava – o Whatsapp e os grupos do Facebook. “Optamos por essas ferramentas pela facilidade de acesso de todos, professores, estudantes e famílias. E, como elas funcionaram perfeitamente, decidimos seguir usando sem migrar para outras ferramentas”, explica a secretária. No caso dos estudantes que não possuem acesso à internet, que são poucos, as atividades são enviadas diretamente para as suas casas pelos professores, gestores e Secretaria.

Devolutivas – Somadas aos livros físicos do Sefe (selo educacional da Editora Opet para o segmento público), as ferramentas digitais estão permitindo desenvolver as atividades educacionais com grande sucesso. Segundo a secretária Elizete, os livros físicos, de que todos os estudantes dispõem, geram um ponto a mais de conexão. “Os materiais do Sefe têm sido essenciais neste momento. Eles facilitaram muito as aulas remotas. Os professores fazem seus planejamentos a partir dos livros e enviam as atividades; os estudantes recebem as atividades, desenvolvem e postam, e recebem a devolutiva dos professores.”

Um exemplo bem interessante desse trabalho é o das crianças do Pré-I e Pré-II da professora Marcia Gadotti Caldonho, da Escola Municipal Professora Maria Gasino Borba. Com o acompanhamento das famílias – algo que é necessário nessa etapa da Educação -, elas estão fazendo suas tarefas e postando em um grupo fechado no Facebook. Algumas fotos podem ser conferidas nesta matéria. Marcia conta que a participação das famílias é bem importante para o sucesso do trabalho. “A maioria das famílias é participativa. Elas ajudam e fazem o possível para que as crianças realizem as atividades dos livros. Mandam filmagens, fotos e áudios falando o que a criança fez.” O trabalho, observa, é inteiramente baseado nas atividades dos livros.

“Exploramos tudo o que a criança pode fazer em casa com a família. Eu faço explicações em vídeo da página da atividade e, em caso de dúvidas, ajudo.” Sobre a evolução das crianças, Marcia explica que é possível acompanhá-la de acordo com os registros que cada criança faz com apoio da família. “A dedicação da família é muito importante. Ela ajuda muito no desenvolvimento da criança.”

A gerente pedagógica da Editora Opet, Cliciane Élen Augusto, considera ações como a dos gestores e professores de São João do Itaperiú fundamentais para o desenvolvimento da educação. Elas demonstram inteligência, criatividade e capacidade de engajamento. “Durante este momento tão difícil de distanciamento social, nossos conveniados têm demonstrado que a escola permanece viva em outros ambientes, sempre numa perspectiva de ampliar o processo de aprendizagem.” Cliciane lembra que o desafio é diário e é intenso, mas que o fazer pedagógico é a essência de ser educador. “Continuamos a fortalecer nossa parceria diante das dificuldades. Juntos, estamos enfrentando e superando este momento.”

 

Utilização dos materiais produzidos pelas escolas no pós-pandemia

Neste contexto de isolamento social, muitas escolas e professores despendem um esforço diário para conseguir manter a qualidade das aulas no ambiente virtual. Uma série de estratégias e materiais estão sendo desenvolvidos para qualificar o ensino a distância. Esses materiais podem ser um recurso de apoio para as escolas após a pandemia, visto que o retorno não será do ponto onde havíamos parado.

As pesquisas e a literatura científica mostram que os países que já passaram por quarentenas e isolamento social, seja por pandemias, desastres naturais ou guerras, tiveram que desenvolver um plano de ação de várias frentes para reparar os danos e recuperar as perdas. A ideia, aqui, é pensar maneiras de utilizar todos esses esforços que as escolas estão aplicando agora em um contexto de retorno instável, defasado, complexo e intrincado.

 

Retorno gradual

Sabemos que o retorno às atividades presenciais das escolas após a quarentena será completamente diferente da volta de recessos tradicionais. Uma série de medidas deve ser adotada por conta da instabilidade instalada pela pandemia.

Uma das alternativas para retomar de forma segura e responsável em relação à situação sanitária seria um regresso gradual. Nesse contexto, considerando um rodízio de estudantes e professores, manter parte das atividades a distância seria necessário. Continuar, então, utilizando as videoaulas e atividades online mesmo após o retorno presencial seria uma forma de transição.

 

Estratégias de recuperação de aprendizagem

Segundo a experiência de outros países, serão necessárias medidas de avaliação diagnóstica e recuperação de aprendizado, que poderão ter como recurso de apoio os próprios materiais desenvolvidos para as aulas não presenciais. As videoaulas, por exemplo, podem ser utilizadas como ponto de partida para atividades e material de estudo para avaliações e revisões.

 

Novo recurso didático

Apesar da limitação no sentido social, o ambiente virtual para ensino pode ser explorado em várias ocasiões e com diferentes objetivos. No caso de afastamento de estudantes por questões médicas, por exemplo, ter uma plataforma de manutenção das atividades é extremamente útil.

Além disso, a tecnologia e as mídias sociais são parte do nosso dia a dia. Utilizar essas ferramentas para incentivar uma interação intelectual entre os estudantes através de fóruns online, pesquisas, chats, aulas, etc. pode ser uma estratégia didática muito bem-sucedida.

As possibilidades de pesquisa rápida e conexão de conteúdos (a chamada “linkagem”) também podem ser orientadas para expandir o estudo e enriquecer o aprendizado.

O contexto atual reforça a necessidade de investimento na educação, do desenvolvimento de políticas públicas que contemplem a escola como ponto difusor do saber científico.

Tecnologia é estudo e ciência. Ela só existe pela procura e evolução do saber – ambos, ações inerentes à escola. Ter a tecnologia como uma das engrenagens desse grande mecanismo de ensino é ampliar as possibilidades, aprimorar o aprendizado e compreender que o conhecimento só existe para que possamos aprender cada vez mais, para buscar novos saberes, para sermos melhores.

Muito embora haja a premissa que atribui o caráter relacional do ensino-aprendizagem exclusivamente a professor e estudante, sabemos que a escola, como espaço de interação e desenvolvimento social, é, ao mesmo tempo, o que impulsiona e o que catalisa este processo. Na formação da identidade individual, as relações e referências advindas da escola são responsáveis por grande parte do reconhecimento do indivíduo enquanto ser social.

Em um contexto como o atual, de isolamento e ensino a distância, pode haver uma lacuna na configuração de estímulo cognitivo do estudante para aprendizagem. É preciso, portanto, buscar caminhos – inclusive, pela troca de experiências – para essa estimulação. Explorar as possibilidades de expansão através do ambiente virtual é uma ideia de ensino perspicaz, inovador e coerente.

 

Sugestões de leitura:

  • Políticas educacionais na pandemia da COVID-19: o que o Brasil pode aprender com o resto do mundo? Banco Mundial (2020)
  • Educação não formal: direitos e aprendizagens dos cidadãos(ãs) em tempos de coronavirus. Maria da Gloria Gohn (2020) https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/3259

A pandemia e as mudanças no cenário educacional brasileiro

A pandemia de COVID-19 provocou mudanças profundas na educação, com reflexos que seguirão inclusive depois que o distanciamento social acabar. As escolas, enfim, viverão novas situações, que abrangem desde as relações de ensino-aprendizagem até os impactos econômicos do pós-crise. Um cenário complexo, que vai exigir criatividade, paciência e muito trabalho por parte dos gestores. Nesta edição do Opetcast, conversamos com Cristina Swiatovski, superintendente da Editora Opet. Cristina é uma profissional com grande experiência no mercado educacional e de sistemas de ensino, tendo vivido e superado as últimas grandes crises econômicas e políticas do nosso país. E ela traz um olhar instigante sobre este presente-futuro tão desafiador. Confira e compartilhe!

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Tecnologia, educação e integração: em Piancó, parceira Opet engaja professores, estudantes e famílias na educação digital

Com apenas onze anos de existência, o Colégio Américo Mesquita conseguiu se destacar como uma das principais instituições privadas de ensino de Piancó, um dos municípios mais antigos da Paraíba. É, hoje, a maior instituição de ensino em número de alunos na cidade e, também, a que apresenta os melhores resultados em exames como o ENEM e os vestibulares.

Desde o início deste ano, o Américo Mesquita passou a utilizar os materiais e ferramentas da Editora Opet – do selo Opet Soluções Educacionais -, com excelentes resultados. A parceria, que abrange da Educação Infantil aos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, também está auxiliando a escola a superar o desafio do distanciamento social e das aulas remotas durante o período da pandemia da COVID-19.

O coordenador pedagógico do Colégio, Fernando Mesquita Leite, explica que a escola aderiu rapidamente às ferramentas digitais. “Enquanto os alunos estavam sendo cadastrados pela Editora Opet no Google Meet, nossa equipe do Mesquita já estava gravando videoaulas e enviando via grupos de WhatsApp, familiarizando as famílias, bem como as próprias professoras, para o uso das tecnologias.”

Segundo Fernando, a Editora Opet desempenhou um papel primordial nesse processo. “A ferramenta Google Meet aproximou mais a realidade da sala de aula, promovendo uma interação entre alunos, professores e a melhor de todas: as famílias. Com a formação da equipe gestora pela Opet para implantação da ferramenta, criamos o setor interno de tecnologia para dar suporte presencial e/ou virtual aos pais que não estavam conseguindo assimilar o uso tecnológico”, conta. Os professores também receberam uma formação pedagógica e, associando o Google for Education ao uso do livro digital na Plataforma Inspira, da Editora Opet, conseguiram engajar os alunos e pais no processo de aprendizagem remota.

O coordenador do Colégio Américo Mesquita destaca o “casamento” entre a tecnologia digital e os conteúdos dos livros Opet Soluções Educacionais. “Há um perfeito alinhamento entre as ferramentas educacionais colocadas à disposição pela Editora e o uso do material didático. Além do mais, a orientação pedagógica do Opet, feita pela assessora Adriana Fialho, facilitou esse processo adaptativo.

Reforço de empatia – Para reforçar a proximidade das famílias em relação à tecnologia, o Colégio desenvolveu uma ideia genial. No Dia das Mães, convidou dois líderes religiosos da cidade – um padre e um pastor muito queridos pela população – para uma benção especial. Detalhe: a benção seria feita por meio do Google Meet, a mesma ferramenta de videoconferências usada para as aulas.

“Quando anunciamos a solenidade e indicamos que ela seria pelo Google Meet, muitos pais baixaram o aplicativo e buscaram o colégio para conseguir acesso. Percebemos que a rejeição inicial à tecnologia não era por não saber usar, mas por não aceitar o desconhecido – a mudança abrupta provocada pela pandemia.” Depois disso, já foram realizadas reuniões com os pais via internet e, também, um vídeo de agradecimento às famílias pelo apoio e parceria.

Parceria – Fernando Mesquita considera o trabalho desenvolvido pela Editora Opet como indispensável. “Neste momento de pandemia, a assessoria foi primordial para o uso e adesão de toda a comunidade escolar às novas tecnologias. Só temos a agradecer ao sistema Opet e a sua equipe – Adriana, Erick de demais colaboradores – que têm nos agraciado com tamanha inovação e agilidade nesse processo que veio para ficar e fazer parte do contexto educacional do país.”

“O Américo Mesquita é uma referência educacional no Vale do Piancó, que abrange o oeste da Paraíba”, conta Adriana Fialho, assessora pedagógica da Editora Opet responsável pelo atendimento do colégio. “E isso acontece porque eles têm uma estrutura pedagógica encantadora, muito zelosa com a qualidade do trabalho, e muito respeito com as famílias.” Adriana explica que a instituição se preparou muito bem para o uso das ferramentas e que, para isso, contou com todo o apoio da Editora Opet. “Desde o início, quando foi feito o cadastro da escola, a equipe gestora e pedagógica recebeu as orientações para a utilização da plataforma. E eles estão usando especialmente o Google Meet e o Google Classroom, com muito sucesso.”

Erick Feijó é o consultor comercial responsável pelo atendimento do Colégio Américo Mesquita pela Editora Opet. Ele destaca o compromisso da instituição com a qualidade do ensino e, também, o olhar dos gestores. “Um exemplo interessante foi o da cerimônia ecumênica do Dia das Mães, em que a escola rendeu uma bela homenagem às mães dos estudantes e, ao mesmo tempo, aproximou as famílias da tecnologia.”  

Ressignificar, aprender, explorar: atitudes fundamentais de quem educa em tempos de pandemia

Com a pandemia do coronavírus, 1,5 bilhão de estudantes tiveram suas aulas suspensas ou reconfiguradas para um cenário de distanciamento social. De acordo com a UNESCO, esse número corresponde a mais de 90% dos estudantes do mundo. Isso significa que milhões de educadores também se encontram, agora, diante do desafio de “reaprender” a ensinar.
O uso das tecnologias digitais na educação já é uma realidade em grande parte do mundo, mas a escola física, como espaço material, instituição social e lugar de pertencimento, ainda é a fonte propulsora da educação.
Não tratamos, neste artigo, da ideia de “superar” esse conceito de escola, tão antigo e arraigado, ou de substituir o ensino presencial pelo remoto. Mas, sim, de como ressignificar este período de isolamento e adaptar o processo de ensino aprendizagem ao ambiente virtual.
Desafios são a tônica do dia a dia dos educadores. O que estamos vivendo é apenas mais um, que vai ser superado com compromisso, diálogo e aprendizado. Algumas atitudes são fundamentais nesse processo:
Ressignificar
Antes de qualquer instrução sobre plataformas on-line e ferramentas virtuais, é preciso reorientar a nossa mentalidade. Agora, mais do que nunca, nós, educadores, precisamos estar dispostos a reaprender a trabalhar, porque só através da educação, da ciência, da informação e da consciência, é que poderemos evitar crises semelhantes no futuro.
Ensinar é uma ação relacional, de interação, escuta e troca. A atmosfera da sala de aula é de protagonismo, transformação, superação e coisas novas. Isso tudo ainda é possível! À distância, sem a segurança das paredes, mas também sem seus limites. O mundo todo está compartilhando medos, angústias e frustrações; mas, também a esperança, a vontade da mudança e a busca por soluções. Nem toda distância é ausência e, graças ao saber, à ciência e à tecnologia, cá estamos nós, dentro de casa, mas com uma ou mais janelas abertas para o mundo.
Aprender, aprender e aprender…
Embora saibamos que quem ensina tem o dever de estudar sempre, é importante focar no fato de que toda renovação exige aprendizado. É necessário rever nossos métodos e adaptar nossa abordagem, com base nos recursos de que dispomos. Se você faz parte da geração das pilhas de livros, do globo e da lousa, peça dicas aos colegas, pesquise sobre as ferramentas disponíveis para educação à distância e fortaleça seus conhecimentos.
Lembre-se de que os conhecimentos que você já tem são muito importantes, e podem ser acrescidos de outras informações. Uma dica é a central de recursos do Google for Education, que disponibiliza uma série de materiais e sugestões para explorar as plataformas online e construir uma abordagem pedagógica eficiente a partir delas. Você e seus colegas também podem montar grupos de WhatsApp e fóruns de interação para trocar ideias e analisar resultados. Comunique-se, traga dúvidas, ofereça soluções, compartilhe!
Explorar
Se sua escola já possui um espaço on-line, busque maneiras para utilizá-lo de forma dinâmica, sem se limitar à postagem de um exercício ou texto. Se esse ambiente não dispuser de outros recursos, ferramentas como o Google Sala de Aula e os Hangout Meets são excelentes para atividades, avaliação on-line e videochamadas. Lembre-se de que é necessário alinhar o planejamento pedagógico do professor com  a coordenação da escola.
Busque interagir para engajar os estudantes, explorando a principal condição material para suas aulas neste momento: a internet. Incentive pesquisas, sugira vídeos e conteúdos extras, abra espaço para que eles se expressem e se identifiquem (enquetes, jogos, quizzes, fóruns etc.).
Lembre-se de que, nesse sentido, conexão pode ser um paradoxo; de nada adianta termos o privilégio de estar “conectados” pela tecnologia, se agimos de forma mecânica e impessoal na frente da tela. A tecnologia é um grande meio, não um fim em si – na educação, ela brilha a partir de quem a utiliza com empatia, talento e criatividade.
Sabemos que o ambiente escolar – físico e simbólico – é cheio de significados de extrema importância para o desenvolvimento do estudante. Estímulos cognitivos, sensoriais, emocionais e sociais fazem parte da rotina na escola. Essa é a limitação do ambiente virtual; falta um acesso mais orgânico à abertura relacional para o aprendizado.
Mas, neste momento, essa ausência pode e deve ser superada com uma boa conexão, nascida da inteligência, dedicação, aprendizado, empatia, diálogo e capacidade de adaptação. Com ela, não apenas superaremos este momento, como sairemos fortalecidos no pós-pandemia.
Sugestões de leitura:

Gestão financeira escolar no período de quarentena

As consequências da pandemia do Covid-19 são estruturais. A maneira como administramos e ensinamos está sendo revista para frear o contágio e salvar vidas. Essa é a prioridade. Mas, como a escola, uma entidade diretamente associada a um espaço físico, à interação e à presença, pode se manter diante de uma situação de isolamento? Como garantir uma gestão financeira equilibrada quando não podemos receber nossos estudantes na escola? É, de fato, um grande desafio. Mas, o compromisso da educação com o desenvolvimento humano é maior. Ele promove o diálogo, pensa estratégias e cria soluções – e é por ele que estamos aqui. A seguir, vamos focar em alguns temas que preocupam muito os gestores e mantenedores de escolas privadas.

As mensalidades na quarentena

Diante do isolamento, há quem questione a cobrança regular das mensalidades escolares, uma vez que os estudantes estão em casa. Entretanto, se a escola mantiver suas atividades por meio de aulas à distância ou com garantia de reposição, a cobrança da mensalidade é assegurada pelos órgãos de defesa das relações econômicas, uma vez que o serviço continua sendo prestado.

É claro que um exercício de solidariedade deve ser feito para compreendermos que esse questionamento vem de uma situação de possível instabilidade financeira familiar. Entendemos que a comunidade escolar é composta por vários agentes e tem muitas perspectivas e realidades. Por isso, é imprescindível que essa relação esteja fixada pelo diálogo. Oferecer descontos de pontualidade, negociar formas de pagamento e buscar acordos são formas que podem ser adotadas para evitar inadimplência e cancelamentos contratuais.

Vigiar os gastos e realocar recursos

Manter uma escola funcionando em uma estrutura adequada requer uma série de investimentos materiais, que representam uma grande fatia da distribuição financeira da instituição. Em um contexto de pandemia e suspensão das aulas presenciais, é preciso redistribuir recursos e evitar gastos significativos com o espaço físico da escola, uma vez que este, agora, está em segundo plano. Isso não significa negligenciar ou “esquecer” a escola física, mas procurar renegociar ou mesmo suspender temporariamente o contrato com serviços destinados à estrutura, como limpeza, manutenção predial, telefonia, etc.

Planejamento financeiro

Embora o foco, agora, seja passar por este momento difícil e superar as adversidades, é importante ter em mente que não sabemos o que o futuro nos reserva. É o preparo que evita um colapso em momentos de crise. Por isso, investir em um plano financeiro que contemple situações emergenciais é a estratégia mais assertiva para lidar com problemas como os que enfrentamos hoje. Destinar uma porcentagem da sua receita para construir esse “fundo emergencial” é uma medida que deve ser colocada ao lado das outras obrigações financeiras da escola. Isso possibilita um funcionamento regular e estável, mesmo em momentos de vulnerabilidade econômica.

Estamos em um cenário de crise global e não podemos prever com exatidão quanto tempo será necessário até que possamos voltar às ruas com segurança. Essa incerteza é o que agrava a preocupação com a gestão financeira porque diz respeito diretamente aos recursos empregados para manter as atividades da escola e garantir as portas abertas após a pandemia. Por isso, o momento exige calma, lucidez, estratégia e compromisso. Precisamos entender que a missão de ensinar pode ser cumprida à distância, mas que a instituição Escola, enquanto espaço social e de construção coletiva, deve ser preservado. No momento, o que podemos fazer é prezar pela vida e pela saúde de todos, unindo esforços e trocando ideias para que amanhã estejamos recuperados e fortalecidos.