Dia do Folclore Brasileiro

Dia 22 de agosto, comemoramos o Dia do Folclore Brasileiro. Esse universo tão cheio de histórias e da identidade do povo brasileiro vem sendo celebrado oficialmente nesta data desde 1965, a partir do Decreto Nº 56.747. Hoje, falaremos um pouco sobre a definição do folclore, seus estudiosos e os elementos folclóricos brasileiros. Além disso, traremos de dicas para trabalhar essa data com as crianças em casa! Siga conosco!

 

O que é folclore?

 

Quem traz, pela primeira vez, a etimologia da palavra folclore foi o escritor inglês William Jhon Thoms, em 1846. Folk significa “povo” e lore, “conhecimento”. Juntas, representam os saberes tradicionais de um povo.

O folclore é um gênero da cultura popular capaz de traduzir a identidade social de determinada comunidade. É composto por elementos simbólicos e materiais que passeiam entre a música, culinária, artes visuais, literatura, histórias, medicina popular, festas, crenças, etc. É aquilo que um povo acumula e mantém de geração em geração, os costumes enraizados na forma de viver e compreender o seu espaço histórico, social e cultural.

A sociedade brasileira é fruto da confluência de culturas: indígena, africana e europeia. Uma confluência surgida em um contexto social muitas vezes tenso e desigual, mas, ainda assim, profundamente generosa – algo que se mostra no folclore.

Podemos perceber os antagonismos e as individualidades de cada região sendo marcados, mostrando que a diversidade não está somente no DNA, mas na forma comer, festejar, protestar, rezar e viver.

Tudo isso é expressado através de mitos, lendas, canções, danças, artesanatos, festas populares, brincadeiras, jogos etc.

 

Os folcloristas

 

 Os estudiosos do folclore o reconhecem como uma disciplina interligada às demais ciências humanas, como a psicologia, etnologia e sociologia. Isso porque ele trabalha a partir de representações dos anseios, medos, força, identidade, condições materiais e intelectuais, lutas e classes sociais da população brasileira.

Os folcloristas são os responsáveis por identificar esses elementos da realidade material e emocional da população expressa nas festas, figuras, lendas etc. Dentre os vários escritores da literatura e ciência popular brasileira, podemos citar Ariano Suassuna, Amadeu do Amaral, Florestan Fernandes, Inezita Barroso e, um dos mais engajados e experientes folcloristas brasileiros, Luís da Câmara Cascudo.

 

Câmara Cascudo reconhecia o folclore como realidade social, psíquica e cultural, o que implicava interpretá-lo em uma perspectiva sociológica. Fê-lo mais sistematicamente em 1941, com a criação da Sociedade Brasileira de Folclore. Segundo ele, o folclorista deve escrever e interpretar os dados culturais como fenômenos sociais, considerando-os parte das situações de vida em que esses dados foram observados (Gico, 2000. p.55).

 

Principais figuras e elementos do Folclore Brasileiro

 

Como já falamos, a diversidade do povo brasileiro é ilustrada no folclore, visto que temos uma gama enorme de elementos, figuras e representações que o compõe. Porém, há alguns personagens que estão presentes no nosso cotidiano desde a infância, como saci-pererê, curupira, mula sem cabeça, Iara, entre outros. Apesar de parecerem apenas personagens infantis dentro de fábulas e histórias mágicas, essas figuras estão carregadas de representatividade, história e elementos sociais, como toda a questão da valorização e preservação da cultura indígena que a Iara traz, por exemplo.

Além disso, a narrativa que os bois “Garantido” e “Caprichoso” trazem no Festival de Parintins (AM), por exemplo, trata de uma realidade social, de crenças e religiosidade, de emoções e histórias que trazem sentido real a toda a encenação.

As festas juninas, que se estenderam por todo Brasil, também são um grande patrimônio do folclore brasileiro, assim como o frevo, o samba de roda, os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), entre outros.

Para que você possa aproveitar esse dia e trazer muita informação, conhecimento e diversão para sua casa nessa quarentena, listamos sugestões de atividades artísticas e leituras complementares para você realizar.

 

Atividades:

 

 1- Os nomes do Bumba Meu Boi.

Essa é uma tradição de ilustra bem a regionalidade do folclore, pois a mesma história recebe 8 nomes diferentes entre as regiões. São eles:

Bahia: boi-janeiro, boi-estrela-do-mar e mulinha-de-ouro

Espírito Santo: boi de reis

Minas Gerais e Rio de Janeiro: bumba ou folguedo-do-boi

Pará, Rondônia e Amazonas: boi-bumbá.

Paraná e Santa Catarina: boi-de-morrão

Pernambuco: boi-calemba

Rio Grande do Sul: bumba, boizinho ou boi-mamão

São Paulo: boi de jacá e dança-do-boi

Atividade: após ler e estudar essa lista com as crianças, escreva os nomes e as regiões separados em pedaços de papel, dobre e junte todos em um saquinho. Ao tirar um papel, o participante deve dizer o nome/região a que se refere. Por exemplo: tirei um papel que está escrito “Boi-calemba”, devo responder que a região em que esse nome é usado é Pernambuco.

 

2- Fantoche da Iara

Uma sereia morena, com cabelos longos e olhos escuros que vive no rio Amazonas. Você pode ler a história completa aqui e depois encenar com fantoches que podem ser feitos com caixas, papelões, retalhos e garrafas pet. Aí, você abusa da criatividade e deixa fluir.

 

3- Circuito Saci-Pererê

Para movimentar todo mundo e gastar essa energia acumulada na quarentena, que tal um circuito feito com uma perna só? Coloque caixas, cordas, tecidos e garrafas que devem ser ultrapassados enquanto o participante pula em uma perna só. Organize os objetos e etapas e divirta-se.

 

Leitura:

1- Os 5 folcloristas brasileiros que você precisa conhecer

https://www.ebiografia.com/folcloristas_brasileiros/#:~:text=Suas%20mais%20variadas%20obras%20partiam,o%20que%20temos%20de%20particular.

 

2- Diz a Lenda – Folclore Brasileiro

http://www.multirio.rj.gov.br/media/PDF/pdf_4251.pdf

Referências:

FRADE, Cáscia. Folclore/Cultura Popular: aspectos de sua História. Encontrado em: https://www.unicamp.br/folclore/Material/extra_aspectos.pdf

 

GICO, Vania de Vasconcelos. Luis da Câmara Cascudo e o Conhecimento da Tradição. UFRN, 2000. Encontrado em: file:///C:/Users/O%20Foca/Downloads/10721-Texto%20do%20artigo-30480-1-10-20161101.pdf